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Capítulo 7
Outros traumatismos
TRAUMATISMOS TORÁCICOS
. Os acidentes de viação, assim como os acidentes de trabalho, são
as duas causas mais frequentes de traumatismos torácicos no nosso
meio. Com muita frequência trata-se de politraumatizados que
necessitam de uma terapêutica geral (R.C.P., tratamento do choque,
tratamento das hemorragias, etc.), para além do tratamento do seu
traumatismo torácico.
UMA RESPIRAÇÃO RUIDOSA É UMA RESPIRAÇÃO DIFÍCIL |
Podemos classificá-los em abertos ou fechados, caso exista ou não
solução de continuidade da parede torácica.
. Dentro dos traumatismos fechados existem numerosas variedades.
Aqui vamos apenas ocupar-nos daqueles que requerem uma intervenção
inicial mais específica.
1. - Fracturas Costais. "Volet torácico": A fractura costal única é
de fácil diagnóstico pela dor selectiva à pressão num determinado
ponto. O tratamento é repouso e algum analgésico.
No caso das fracturas costais múltiplas, se não houver compromisso
da ventilação, não há problema; tratam-se de forma igual às
anteriores.
Em nenhum caso pode realizar-se uma ligadura no hemitórax afectado
(da coluna ao esterno; NUNCA LIGADURAS CÍRCULARES, pois dificultam
ainda mais a função respiratória) para completar o tratamento.
Quando há vários pontos de fractura, sobretudo se são anteriores ou
laterais, pode produzir-se o denominado volet torácico. Neste caso o
que sucede é que com a inspiração, a pressão intratorácica negativa
que se cria, origina a retracção da zona da parede torácica
afectada, interferindo a expansão pulmonar (o mecanismo inverso
produz-se na expiração), originando um quadro de insuficiência
respiratória.
O tratamento de urgência do volet torácico consiste na fixação da
parede torácica mediante uma ligadura para tratar de conseguir que a
porção da grelha costal lesionada acompanhe a parte sã no seu
percurso de inspiração e expiração.
2. - Pneumotórax: Consiste na presença de ar no espaço pleural,
entre a pleura parietal e a pleura visceral. O mais frequente é que
seja devido a ruptura da pleura visceral.
O maior perigo deste tipo de lesão é que possa actuar como mecanismo
valvular, permitindo a entrada, mas não a saída de ar na zona do
pneumotórax, dando origem a um pneumotórax sob tensão que impeça
tanto a respiração normal como a função cardíaca.
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