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Capítulo 6
Traumatismos cranioencefálicos e da coluna vertebral
O SINAL ISOLADO MAIS IMPORTANTE NA AVALIAÇÃO DA EVOLUÇÃO
DE UM TRAUMATIZADO CRANEOENCEFÁLICO É UMA ALTERAÇÃO NO ESTADO
DA CONSCIÊNCIA. |
. Para além do mencionado anteriormente, há outras medidas de
suporte que devem aplicar-se nos acidentados que tenham sofrido um
traumatismo cranioencefálico:
- Não permitir que a temperatura corporal do paciente aumente
demasiado, pois este tipo de lesionados têm tendência para o aumento
da mesma, com um conseguinte maior dano no seu cérebro. Por isso,
não abrigar o paciente se a temperatura ambiente é de 21º C ou
superior.
- Cobrir adequadamente as feridas, como já se explicou. Se há uma
factura craniana aberta com exposição da massa encefálica, cobri-Ia
suavemente com gazes esterializadas humedecidas com solução salina
esterilizada.
- Os objetos perfurantes no crânio não se devem mobilizar, mas sim
deixá-los no seu lugar, imobilizando-os adequadamente como já se viu
anteriormente.
- Não administrar nenhum medicamento.
- Imobilizar o paciente numa maca de colher para o transporte, pois
devemos sempre pressupor lesão da coluna.
A evacuação e o transporte devem ser cuidadosos mas rápidos. O
atraso no tratamento de alguns casos (por exemplo, num hematoma
subdural) pode ser fatal.
LESÕES DA FACE
. São traumatismos relativamente frequentes. Por vezes são bastante
dramáticos mas, geralmente, não são urgências vitais. No entanto,
são importantes por três motivos básicos:
- Podem associar-se com obstrução respiratória.
- Podem ser o único sinal de traumatismo fechado do crânio.
- Podem associar-se à lesão da coluna cervical.
Além disso, são muito preocupantes para a pessoa que as sofre pela
sua consequência estética. Ninguém quer uma cara desfigurada.
. As lesões dos tecidos moles da face tratam-se como as de qualquer
outra localização, com compressão directa da hemorragia e compressas
esterilizadas.
Quando encontramos um objeto penetrante na maçã do rosto, devemos
retirá-lo pois um importante derramamento de sangue que se produz
nas lesões na região malar pode obstruir a via respiratória (é,
provavelmente, a única situação na qual um objeto perfurante deve
retirar-se no local do acidente, em vez de imobilizá-lo e proceder
ao transporte).
Uma vez retirado, colocar na parte interna da região malar, entre a
mesma e os dentes, um rolo de gazes esterilizadas que sirva de
contrapressão e por fora aplicar uma pressão suficiente para deter a
hemorragia.
. No caso dos hematomas, é importante tratá-los adequadamente para
evitar posteriores deformidades. No terreno, o que poderemos fazer
será a aplicação de gelo para atenuar a inflamação e a dor.
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