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Capítulo 11
Segurança pessoal na intervenção
. Evolução da doença:
A infecção pelo vírus HIV evolui em diversas fases:
- A primeira infecção.
Depois de um contacto contagioso, e num prazo que pode oscilar entre
os 15 dias e 3 meses, cerca de 20 a 30% dos indivíduos apresentam
manifestações clínicas semelhantes às da gripe.
No mesmo período o organismo produz anticorpos que tornam possíveis
testes serológicos: o doente converte-se em seropositivo.
- A doença.
A doença não se desenvolve em todos os seropositivos. O período de
incubação é grande, de 2 a 7 anos.
Manifesta-se por uma impossibilidade do doente em se defender de
infecções devido ao desaparecimento de um tipo de linfócitos, que
são destruídos pelo vírus.
Ainda que o tratamento destas infecções seja possível e melhore de
dia para dia, não existe actualmente tratamento da infecção pelo
vírus HIV, propriamente dito.
A epidemia.
Desde 1981 até aos princípios de 1989, 80.000 casos de SIDA foram
declarados à Organização Mundial de Saúde (OMS) pela comunidade
internacional. No aspecto dinâmico da epidemia é significativo, já
que a cifra duplica praticamente todos os anos.
. No caso do bombeiro, que é o grupo populacional que nos interessa,
o risco pode ser abordado por duas vias:
- via sexual.
- via profissional.
. Risco sexual:
A SIDA é uma doença de transmissão sexual (DTS). Transmite-se tanto
por contacto homossexual como heterossexual.
O risco de contágio aumento em caso de promiscuidade sexual.
O uso do preservativo nas relações sexuais é uma medida preventiva
eficaz.
. Risco profissional:
A transmissão da SIDA ao bombeiro é teórica. Não se encontrou nenhum
caso de transmissão do vírus a um bombeiro no decurso de um acto
profissional, pelo menos que tenha chegado ao nosso conhecimento.
Como pode efectuar-se o contágio?
. Por contacto.
Pode ter lugar uma inoculação, por um objecto manchado, ponteagudo
ou cortante, numa actividade de auxílio a vítimas.
Isto diz respeito, em particular, ao material de injecção dos
toxicómanos nos quais a presença da doença foi detectada
anteriormente, ao material de injecção e punção utilizado por
médicos e enfermeiros e mais excepcionalmente a fragmentos de
cristal ou metálicos manchados por sangue contaminado.
Os bombeiros, auxiliares médicos e médicos devem vigiar para
prevenir este acidente mediante:
a) Recolha de materiais de punção e injecção com precaução e
posterior armazenamento num recipiente rígido que permita o
transporte sem risco.
b) Levar as luvas esterilizadas regulamentares, assim como as luvas
sanitárias, em todas as intervenções.
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