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Capítulo 11
Segurança pessoal na intervenção

No caso do vírus HIV um quarto conceito é importante, a porta de entrada, quer dizer, o ponto por onde deve penetrar o vírus para contagiar o receptor.

. O portador:

O portador do vírus é o homem. Não existem animais capazes de ter o vírus HIV. É impossível afirmar hoje em dia que tenha havido uma transmissão homem-macaco ou macaco-homem.

Não se encontrou nenhuma explicação científica comprovada que possa explicar o nascimento da doença nem a sua extensão epidémica.

. Os vectores e a porta de entrada:
O vírus está presente no sangue, no esperma, nas secreções vaginais, no plasma, no líquido céfalo-raquidiano, na saliva, na urina e no leite materno dos doentes.

Mas só o sangue e o esperma são vectores de transmissão da doença.

. A transmissão podem efectuar-se:

- Directamente.

Por transfusão sanguínea ou injecção de derivados sanguíneos. Em qualquer doação de sangue efectua-se, sistematicamente, um teste de despiste. Isto elimina o risco de transmissão por transfusão sanguínea, estimado actualmente em um caso por cada milhão de doações de sangue. 

Por inoculação de sangue.

Está ligada à utilização de material de injecção, manchado de sangue contaminado, utilizado pelos toxicómanos consumidores de drogas por injecção intravenosa.

Pode ser devida a uma ferida acidental com material médico (de extracção de sangue, de injecção,...) contaminado. Este risco é muito inferior ao do contágio por outro vírus (hepatite víral por exemplo) mas real.

Por uma porta de entrada.

A transmissão sexual é a forma mais frequente de disseminação do vírus. A porta de entrada é a mucosa genital ou rectal. Os contactos heterossexuais ou homossexuais permitem a transmissão seja qual for a forma de penetração fálica: vaginal, anal ou oral. A doença transmite-se a partir do momento em que o vírus está em contacto com a mucosa genital (vaginal, pénis).

- Por meio da placenta.

Durante a gravidez ou o parto, o vírus contamina o filho de uma mãe infectada ao passar através da placenta.

. O vírus NÃO se transmite:

- Pelos insectos, ainda que esta forma de transmissão tenha sido mencionada em algumas ocasiões. - Pelos contactos familiares não sexuais.

Os estudos americanos que se realizaram em familiares de doentes permitem afirmar que nenhum caso de SIDA se manifestou em familiares que convivem com doentes de SIDA.

- No que diz respeito ao pessoal de saúde, os casos de transmissão têm sido muito raros, tendo em conta a grande quantidade de pessoal médico que está em contacto com os doentes. 

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