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Capítulo 11
Segurança pessoal na intervenção
- da parede anterior do abdómen (rigidez abdominal).
- dos membros (geralmente os inferiores, que predominam sobre os
superiores).
. Esta contracção permanente intensifica-se paroxisticamente como
consequência de diversos estímulos: luminosos, sonoros, manipulação
do paciente, micção, secreções, tosse, deglutição, (tentativas de
colocação de sondas nasogástrica ou vesicular), injecções, dor,
etc., constituindo o que se denomina espasmo ou convulsão tónica, o
sintoma mais temido da doença, desencadeador da maior parte dos
casos de morte.
Segundo diversos estudos, em 30 - 34% dos casos de tétano, a
profissão do doente tem um papel epidemiológico muito importante,
afectando fundamentalmente trabalhadores manuais ou em risco de
sofrer ferimentos com certa frequência.
As possíveis portas de entrada são numerosas, dada a grande
superfície interna e externa do corpo humano. Pode ser por lesões
externas, mais frequentemente se são feridas penetrantes, profundas
e complicadas.
O aspecto mais importante é o das medidas profiláticas destinadas a
prevenir a doença. Há que evitar as feridas através da protecção
adequada nas intervenções, e se se produzem, evitar que se sujem.
Qualquer ferida pode constituir uma porta de entrada para os esporos
tetânicos, pelo que devemos seguir uma correcta higiene na
manipulação das feridas acidentais, limpando-as correctamente e
retirando os corpos estranhos que contenha utilizando, se
necessário, métodos cirúrgicos.
Além disso, os meios de que dispomos para lutar contra a toxina que
é causadora da doença tetânica são os seguintes:
- Imunização passiva:
Tem por missão neutralizar a toxina tetânica circulante e impedir
que se deposite nos tecidos. A imunização passiva consegue-se
através da gamaglobulina anti-tetânica, recomendando-se 5 U.l. por
kg. de peso por via intra-muscular. É considerada como uma medida
profilática de urgência.
- Imunização activa: Realiza-se com o toxóide tetânico
(anti-tetânica).
O esquema ideal para um adulto consiste em três injecções
intra-musculares ou subcutâneas, com um intervalo de um mês entre a
primeira e a segunda dose e de seis a doze meses entre a segunda e a
terceira.
Depois, o indivíduo considera-se imunizado durante um período mínimo
de 5 anos.
Constitui a medida mais segura e duradoura para a prevenção da
doença.
- Imunização mista, activa e passiva:
Este sistema está indicado para o ferido que não tenha recebido
nenhuma dose de toxóide; que só tenha recebido uma dose, que tenha
recebido duas doses, mas há mais de cinco anos, ou três doses há
mais de dez anos. Injecta-se a gamaglobulina, assim como o toxóide,
simultaneamente, mas em pontos separados.
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