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Capítulo 6
Traumatismos cranioencefálicos e da coluna vertebral






Figura 6. 1. Anatomia do crânio


(Legenda: frontal, parietal, temporal, orbita, nasal, malar, maxilar superior, occipital e mandíbula inferior).



GENERALIDADES

. Quando falamos deste tipo de lesões, estamos a falar, de facto, de lesões do Sistema Nervoso Central (SNC), o qual é constituído pelo cérebro e pela medula espinal.

O cérebro é o último responsável pelo controle de todas as funções vitais assim como do que somos, fazemos, dizemos e sentimos.

Além disso, as células do cérebro não podem dividir-se pelo que, quando uma célula nervosa morre, não pode ser substituída por outra.

. O cérebro encontra-se protegido no interior de uma caixa óssea que é o crânio (figura 6. 1).
O facto de ser uma estrutura não flexível tem a vantagem de que proporciona uma maior protecção ao seu conteúdo, mas a desvantagem que permite muita pouca expansão do mesmo.

. Por esse motivo, quando há uma hemorragia no interior do crânio ou uma inflamação do tecido cerebral, produz-se um aumento da pressão intracraniana com certa facilidade, com o consequente perigo para o conteúdo craniano. 

. Entre o crânio e o cérebro encontramos outra estrutura protectora que são as meninges. São três membranas de tecido fibroso que, de fora para dentro, se denominam dura-matér (em contacto com o crânio), aracnóides (membrana intermédia) e pia-matér (em contacto com o cérebro) (figura 6.2).

Entre a dura-matér e as aracnóides (espaço subdural) e entre as aracnóides e a pia-matér (espaço subaracnóideo) circula o Líquido cefalo-raquidiano (LCR) o qual, para além de absorver parte do choque nos traumatismos mecânicos, serve como fonte de nutrientes para o SNC.

. O segundo componente do SNC é a medula espinal. A protecção óssea da medula é a coluna vertebral (figura 6.3) que, além disso, serve como eixo rígido do corpo. 
 

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