O governo alemão está a lançar um serviço de alerta em canal 9 da Banda do Cidadão nas rodovias. O Ministro Federal dos Transportes da Alemanha, Peter Ramsauer, apresentou ao público, no dia em 7 de Abril do passado ano de 2010, um sistema de alerta aos motoristas através de rádio CB. O sistema será usado principalmente nas zonas de construção de rodovias. Consiste em um emissor de CB de baixa potência em canal 9 (27.065 MHz) em FM, instalado junto a cartazes avisadores que quando detecta um veículo nas proximidades da obra transmite automaticamente um sinal de advertência em fonia. Segundo o fabricante do sistema, o raio de acção será de 300 metros e está disponível em sete idiomas. O estado da Renânia do Norte - Vestfália, adquiriu 233 desses equipamentos por um montante de 640.000 Euros, que já foram implantados nas estradas deste estado. O sistema será introduzido em outros estados, sendo o Hessem e Baviera os mais imediatos, onde desde 2008 existe um projecto-piloto com este sistema em funcionamento. O governo alemão estima que 75% dos caminhões alemães estão equipados com CB, holandeses com 74% e na Polónia esse número sobe para 96%. No total, 70% admitem o uso do rádio CB na estrada.
Fonte: http://www.cb27.com
O NOSSO COMENTÁRIO
Para nós a notícia é natural e não tem nada de transcendente porque sabemos, por experiência própria, que os 27 MHz são uma frequência de utilidade pública e com uma componente muito importante de ajuda e apoio, não só na rodovia, como em casos de calamidades públicas. Como na Alemanha é demonstrado, o CB pode ter um aproveitamento excepcional na estrada com custos reduzidos e com uma mais-valia para quem utiliza os 27 MHz na sua viatura. Actualmente, em Portugal, só a camionagem poderia usufruir dessa mais-valia porque viaturas ligeiras com CB, praticamente não existem. De qualquer modo, é um quadro totalmente impensável em todos os sentidos. Num país miserabilista onde se retiram pensões de miséria a idosos doentes e abonos a famílias que nem para comer têm dinheiro, como se compreendia que se gastassem alguns milhares de Euros em segurança rodoviária?
Depois, ainda havia a considerar que o “agente activo” dessa prevenção rodoviária era uma frequência da Banda do Cidadão que não é protegida nem reconhecida pela entidade da tutela. Em seguida, lá caía o “Carmo e a Trindade” porque os “radioamadores” profissionais, detractores doentios do CB, seriam capaz de se amotinarem à porta da ANACOM exigindo a extinção da nossa frequência.
Em Portugal, o CB é um alvo a abater. Não só pelas autoridades oficiais (ANACOM) como também por um bando dito de “radioamadores” profissionais (felizmente que não são todos) que têm no CB a sua câmara de horrores, para onde vomitam as suas frustrações, cobardia, falta de civismo e outras coisas mais que não podem ser ditas em público.
Como somos um país de corruptos, ladrões e ignorantes, não sabemos rentabilizar o óbvio e o aproveitável. Cada um olha para o seu umbigo e nada mais conta. É deste modo que a “massa” social funciona porque nunca se implantou na mentalidade da nossa gente, consciência cívica, educação e cultura. Enquanto não se fizer uma revolução cultural e uma mudança de hábitos, Portugal continuará a ser conhecido, em todo o mundo, como o país pobre, atrasado e ignorante em que se transformou após o ouro do Brasil se ter esgotado.
Em consequência do acima afirmado, não acredito que as cabeças “iluminadas” das cúpulas da ANACOM, tenham algum interesse em copiar os alemães, nem tão pouco vontade politica para alterar o Decreto-Lei 47/2000 de 24 de Março adoptando a decisão ECC/DEC/(11)03 da CEPT, já aceite e adoptada por alguns países. Ainda mais, quando a própria tutela afirma que a Banda do Cidadão, em Portugal, não é protegida nem reconhecida. Pelo contrário: é, por eles (e outros mais), considerada uma banda de ordinários. Só lamentamos que a esta “doença” não seja reconhecida em outras bandas onde também se escutam coisas nada recomendáveis.
Apesar de tudo, nós por cá, continuaremos a divulgar, promover e dignificar o CB na vertente lúdica e de ajuda a quem necessitar. Só assim é nós compreendemos a função social das radiocomunicações. O resto é como o outro: aproveita a rádio para fazer filmes de auto-promoção interagindo com uma caixa de papelão e o seu conteúdo. Não acreditam? Então vejam o vídeo. Simplesmente hilariante!
Luís Forra
7 de Novembro de 2011 |