Aconteceu em Ponte de Lima

Quase que foi um encontro ibérico de cebeístas. Mas na realidade, não foi nada disso. Foi apenas um encontro de alguns cebeístas (muito poucos) no Restaurante "Manuel Padeiro" em Ponte de Lima - Alto Minho, onde o tema da conversa com o nosso amigo e colega Ramon Perez, e não só, foi a Banda do Cidadão em Portugal e em Espanha . As pataniscas, o sarrabulho com rojões, o bacalhau com todos, o bom verde tinto e o leite creme apaladaram a conversa e aconchegaram a barriga.

Foi um simples encontro entre alguns cebeístas portugueses e espanhóis onde foram tratados temas sobre o estado da Banda do Cidadão em Portugal e Espanha; radiocomunicações livres; radioamadorismo; comunicações de urgência e emergência; relacionamento e intercâmbio de conhecimentos e informações úteis entre organizações; demonstrações operacionais e técnicas junto das camadas jovens, dando a conhecer o que são as radiocomunicações livres e amadoras; a recém-criada e em vias de legalização da “Rede CB”.

Éramos muito poucos mas os suficientes para tirarmos algumas conclusões e seguirmos metas com objectivos comuns. Encontrámos pessoas activas e com vontade de fazer coisas, não se limitando ao quentinho da lareira e à conversa mole para agradar a “colegas”…
Ficou no ar a hipótese de outro encontro numa altura do ano mais propícia e em outras condições. Até lá, acrescento uma pequena nota pessoal ao resultado deste simples, mas importante evento: para se atingirem grandes objectivos, bastam apenas pequenos quereres carregados de grandes convicções.

Afinal, a Banda do Cidadão ainda continua activa e actuante. Só com menor intensidade e amputada de algumas frequências “exclusivas” de alguns utilizadores que estão sempre prontos a demonstrar comportamentos decadentes, obscenos e à margem da lei. São os tais inadaptados, não conseguindo conviver com o próximo numa base da coerência, harmonia e civilidade. Coitados…

Cebeísta, é aquele que consegue ultrapassar facilmente este estado de coisas, ignorando esta mancha de espúrias tóxicas geradas por os tais inadaptados, participando activamente no maior número de eventos cebeístas, em função das sua possibilidades, dando continuidade à promoção o seu passatempo favorito. Ou seja, participar, dignificar e divulgar a Banda do Cidadão junto de todos os que gostam de “fazer rádio”, especialmente das camadas jovens.
Este “chavão”, que anda na boca de muitos (que de cebeístas não têm nada), deixa de o ser quando todas estas boas e bonitas intenções forem passadas à prática através de actos efectivos e sustentados (como agora de diz).
Foi o que Liga CB fez recentemente, ao contactar um estabelecimento de ensino básico e secundário no Concelho de Almada, propondo um encontro semanal de uma hora, com jovens alunos, tentando motivá-los para a prática das radiocomunicações livres, amadoras e aprendizagem básica da electricidade e electrónica.
A primeira fase da iniciação será preenchida com uma demonstração da operacionalidade desse tipo de radiocomunicações, feita com pequenos walky-talky’s PMR, seguido de CB e terminando com as bandas amadoras de HF, V e UHF. O objectivo da promoção de este primeiro contacto entre estes jovens e as radiocomunicações é obter uma triagem, seleccionando as tendências de cada um.
A segunda fase deste nosso projecto, será a explicação simplificada, aos jovens seleccionados que demonstrem um certo interesse pelas radiocomunicações, do como e porquê do funcionamento das mesmas.
A terceira fase será a iniciação à electricidade e electrónica, de um modo simples e apelativo, descomplicando a retórica habitual dos “professores” destas matérias. Pretendemos que o candidato a amador de radiocomunicações tente, não só compreender, mas também saber distinguir e saber as funções dos componentes electrónicos que compõem um transceptor.

Na época em que vivemos, esta tarefa não será fácil face à concorrência da Internet que oferece facilitismo, comodidade e fiabilidade em todas as plataformas existentes na rede. Tentar não custa. Se não obtivermos sucesso na nossa demanda, resta-nos a satisfação e o orgulho da missão cumprida.
Sem dúvida que a nossa autoridade moral ficará muito mais fortalecida quando afirmamos, em público e/ou em privado, que formamos um Grupo de verdadeiros cebeístas militantes.
Orgulhamo-nos das provas dadas, ao longo dos 15 anos da nossa existência e reconhecidas por a grande maioria, de como se pode transformar um “chavão” e “frases de ocasião”, em acções concretizadas e com provas dadas de como se defende, dignifica e divulga a Banda do Cidadão. Sem mentiras, sem aproveitamento próprio e intencional.
“Nunca lamentaremos o mal que nos fazem por fazermos o bem que nos contenta”.

Luís Forra
13 de Fevereiro de 2010