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Federação Europeia da Banda do Cidadão em mudanças
Entristece-nos constatar que a Federação Europeia da Banda do Cidadão (ECBF) esteja tão mal representada na Internet. Existem três web sites, sendo um deles totalmente em alemão, cuja informação está desactualizada a todos níveis. Qual deles será o porta-voz oficial da ECBF? Será o de língua alemã?
Mas parece-nos que este estado de coisas vai mudar, felizmente. Em conversa com o representante em Portugal da ECBF, colega Vítor Reis, fomos informados que no próximo ano de 2006 vai haver actividade com a participação dos países federados.
Será um evento na área da emergência, a nível europeu, onde irá ser necessária, em cada país federado, a participação de estações CB fixas e móveis, com disponibilidade total, coordenadas por uma organização cebeísta nacional.
É uma boa notícia para todos nós, cebeístas, porque mais uma vez podemos demonstrar todas as potencialidades da frequência que utilizamos, amadorísticamente, relembrando aos mais esquecidos que os 27 MHz continuam a ser a alternativa válida a todos os meios de comunicações, quando a desgraça nos bate à porta.
Não será necessário enumerar as variadíssimas vezes que fomos chamados para tapar lacunas, em termos de radiocomunicações, porque os repetidores não funcionavam; nem mesmo os dos telemóveis.
Há, pelo menos, duas explicações para demonstrar a efectiva funcionalidade desta frequência e a impensável ideia de a pôr de parte, o que muitos talvez até gostassem que tal acontecesse.
A primeira razão, prende-se com a noção de voluntariado, abnegação e espírito de sacrifício que está sempre presente no espírito dos que utilizam, correcta e educadamente, a Banda do Cidadão. E, um homem para cultivar estes valores e pô-los, desinteressadamente, ao serviço da população, não pode ser prepotente, nem vaidoso ao extremo de utilizar o seu passatempo para hostilizar os seus colegas de frequência.
A segunda razão, transporta-nos para o mundo da fantasia, do exibicionismo e da burocracia. Por não existirem acordos entre organizações cebeístas e os desorganizados, incompetentes e politizados departamento governamentais, ou estruturas dependentes, na área da protecção civil, estamos de mãos livres para actuar rápida e concisamente. Não necessitamos de esperar, que venha lá do alto, a ordem de actuar. Por vezes, ordens descoordenadas e patéticas.
Por outro lado, nós, cebeístas, para actuarmos eficazmente, estando presentes no teatro de operações com as nossas estações CB em situações calamitosas em que somos, incontestadamente, necessários, também não necessitamos do exibicionismo folclórico que origina a fantasia saloia do assinar de protocolos com entidades desacreditadas e totalmente desorganizadas. Basta ver o espectáculo televisivo pós-incêndios de Verão.
Talvez para os outros subscritores dessas trapalhadas, como é agora moda dizer-se, a coisa seja deveras importante. É que isto, para meia dúzia de “iluminados”, dá direito a pisarem a passadeira da feira das vaidades, catapultando-os para o microcosmo dum protagonismo provinciano.
Com este palavreado todo, só queremos dizer que, para ajudar o próximo não é necessário ser doutor, nem banqueiro. Basta, incondicionalmente, querer. Porque querer é poder…
Ficaremos atentos às notícias que virão da Federação Europeia da Banda do Cidadão, com os votos de que este projecto em elaboração, dando corpo a uma actividade cebeísta no campo da emergência-rádio, não esbarre, em Portugal, com a habitual incompreensão e desinteresse de quem tem o poder e o dever de proteger civilmente todos nós.
Como nota final, seria de bom tom que a ECBF apresentasse um web site oficial, actualizado, com temas de interesse e, pelo menos, em três línguas: inglês, francês e alemão.
A ver vamos.
Luís Forra
27 de Novembro de 2005
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