NOTA DE PORTUGAL RÁDIO CB
Setembro de 1985 - Quando a Banda do Cidadão, em Portugal, era respeitada, defendida e fomentada. Alguém se lembra desses tempos?
Iremos falar, durante algum tempo, desses tempos passados, porque recordar é viver. Além do mais, há exemplos que devem ser seguidos e nunca esquecidos, para que os mais novos tenham um conhecimento efectivo dos motivos que faziam mover e aglutinar vontades de muitos Homens, que deram o seu melhor à causa do CB. Tempos em que o canal 34 LSB era um frequência bem frequentada onde se fomentava a amizade a nível internacional.
Não existia a imundice que hoje, infelizmente, abunda do dito cujo, acompanhado do canal 22 e 31, para não falar de outros.
Sinais dos tempos...e da libertinagem.
Sem nenhum sentimento de saudosismo lamuriante e redutor, mas com um pouco de nostalgia, prestamos uma homenagem sentida aqueles Macanudos que lutaram com empenho e dignidade para que o seu passatempo de eleição fosse uma escola de exemplos para os mais novos e uma dádiva à sociedade.
Alguns deste Homens já nos deixaram, outros afastaram-se amargurados com o descalabro para onde muitos atiraram a Banda, e outros (muito poucos) ainda escutam alguma coisa, quando os 40 metros ou a SSTV deixa algum tempo livre.
Iremos publicar alguns excertos de artigos que faziam parte desta publicação oficial do Elos Clube CB 27 MHZ, e de outras também, para que os que tiverem a paciência de os ler, se aperceba que passados 20 anos, os conteúdos continuam actuais.
O respeito, a sã e desinteressada convivência entre todos, a busca da qualidade e cultura, a elevação de conceitos e o amor à causa cebeísta eram alguns dos pilares que alicerçavam a alma destes Homens que se transformaram num exemplo para nós todos, tanto como cebeístas e como pessoas.
Tivemos a honra e o privilégio de conviver com alguns deles e bebermos da mesma fonte.
Quem, conheça a actual Banda do Cidadão, nunca poderá imaginar que houve tempos em que a mesma era apontada como um exemplo a seguir...
Hoje, algumas áreas da Banda do Cidadão, que foram conspurcadas por uma cáfila de renegados oportunistas e nojentos alcoólicos, atiraram o todo desta faixa de frequência para a vergonha e descrença, motivando a desertificação da Banda.
Só mesmo, meia dúzia de carolas e resistentes lutadores teimam em remar contra a maré.
Já nos confrontaram, por diversas vezes, com a pergunta se valia a pena o esforço, ao que respondemos, que continuaremos cá, de pedra e cal porque existe uma reserva moral e uma vontade de lutar contra os “infiéis”. Conseguimos criar “anticorpos” que nos permitem uma quase perfeita adaptação às novas formas de comunicação e às “realidades” dos 27 MHz.
Desistir? Nunca!!!
Ao lembrar e trazer para a ribalta o que se passou há 20, ou 27 anos atrás, dá-nos ânimo para continuar a acreditar que o “não vale a pena”, “porquê lutar?”, “é uma causa perdida...”, etc., são termos de quem não fazem parte da nossa gramática.
Só os cobardes, oportunistas, defensores do facilitismo e fazedores de mitos podem pensar assim.
Luís Forra
28-02-2005 |