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A ENTREVISTA E O MALUCO
Há algum tempo a esta parte, mais propriamente em finais de Novembro do passado ano de 2000, tínhamos anunciado nesta página que iríamos publicar uma entrevista com um radioamador da Ilha Terceira - Açores, a propósito do estado do radioamadorismo naquela Região.
Aproveitando a nossa estadia na Ilha Terceira - Açores, de quando da organização das 12 horas de Rádio CB realizadas pelo Grupo de Expedições Rádio CB de Almada em 1 de Outubro do passado ano, tivemos oportunidade de contactar com muitos colegas e amigos que além de serem cebeístas, também estão habilitados a operar as bandas de amador, tal como nós e já lá vão 21 anos.
Trocámos muita impressões, debatemos o estado actual da rádio tanto localmente, como no resto da Região e no Continente e as conclusões são maioritariamente convergentes e os problemas comuns.
Há alguns radioamadores, e não assim tão poucos como se possa pensar, que estão bastante desgostosos com o imobilismo das estruturas associativas tanto legalizadas como de outras paralelas e por legalizar, existentes na Ilha Terceira, lamentando o facto de que durante 12 meses só existam duas actividades radiofónicas ("Fiel Day" e o "Rally" [?] ).
Mesmo essas, não conseguem prender e motivar os que, mal ou bem, tiraram uma licença para operar as bandas de amador, ficando por preencher o grande vazio existente em actividades de cunho radioamadorístico.
Estranham o facto que a única actividade de rádio que ocupa os dois únicos repetidores de VHF e UHF existentes na Ilha, envolvendo estações fixas, móveis e portáteis durante dois dias, estar a sua realização envolta numa teia não muito clara e de suspensões quanto à legalidade da realização.
Este e outros acontecimentos, não muito claros, que se passam no seio do radioamadorismo local, são sempre silenciados e recalcados, devido às pressões sociais locais.
É extremamente difícil viver e conviver em sociedades minúsculas e herméticas, onde todos se conhecem e as suas vidas são quase sempre conduzidas pelo que convém dar a conhecer a terceiros do que ela é na realidade.
Ou seja, não se "levantam ondas" para não se criarem problemas. É preferível engolir um sapo, e se for caso disso, um boeing 747 mas ficar mal visto, ou ser apontado pela comunidade é praticamente uma sentença de morte...
Ter opiniões fundadas, convictas e desassombradas é para consumo doméstico, e mesmo assim...é preciso ter cuidado porque as paredes podem ter ouvidos.
Depois de termos tomado conhecimento destes e de outros factos que teriam de ser tornados público num âmbito mais alargado, pois à partida já o são, e que não abonariam em nada determinados indicativos, pondo até em causa como certas instituições são conduzidas, deliberámos não transcrever, por agora, três entrevistas feitas a três radioamadores residentes da Ilha Terceira, ficando a aguardar melhor ocasião.
Para o CU3GA, Exmo. Senhor José Américo da Silva de Sales, morador na Vila Nova - Praia da Vitória - Ilha Terceira - Açores, que na Terça-feira, 5 de Dezembro de 2000 nos enviou um e-mail com a seguinte redacção:
«Julgas que algum radioamador de ca te vai dar uma entrevista ...ES MALUCO» !
só temos a dizer-lhe o seguinte:
1 - Não somos malucos
2 - Quanto ao radioamadorismo na Ilha Terceira, o Senhor José Sales nem calcula o que nós por cá sabemos...
3 - Radioamadores daí, como o Senhor José Sales diz, a darem entrevistas para serem publicadas no nosso site, são as que nós quisermos.
4 - Ainda o Senhor José Sales era CU3 de três letras, melhor ainda, ainda o Senhor José Sales não pensava em ter um indicativo de radioamador e andava na Banda do Cidadão como andou durante muitos anos, já nós entrevistávamos radioamadores da Ilha Terceira.
Para terminar, um desabafo: Não é de bom tom, chamar nomes a pessoas que não conhece e de radioamadorismo e cebeísmo, não é o Senhor José Sales que nos vem dar lições. Quando quiser enviar-nos alguma mensagem, não se esconda por detrás de uma "bicada" pretensamente venenosa.
Identifique-se e exponha civilizada e educadamente as suas ideias. A falar é que nós nos entendemos.
Nós somos homens, não somos bichos...
Luís Forra
Estação CB "Dakota Bravo"
Dezembro de 2000
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