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A FORÇA QUE NUNCA NOS HÃO DE TIRAR
A força de vontade para o fazer, a forte determinação com que se o faz e a identificação colectiva com uma atitude resultante de uma consciência de facto, é talvez, a fórmula para que a Banda do Cidadão continue ainda viva.
Em certas zonas do país, além de estar a ser vivida com muita intensidade e a ser fortemente utilizada para satisfação própria, como passatempo favorito de alguns milhares de portugueses, o CB está também a ser utilizado - como sempre foi - ao serviço das populações.
As suas potencialidades como um meio de comunicação barato, acessível e simples de ser utilizado por toda a gente, contraria a teoria de alguns "iluminados", que defendem a tese: o telemóvel é a solução para tudo o que seja comunicações.
Os poucos e "esfarrapados" argumentos que servem de base a essa ideia, vêm de pessoas que não sabem, ou não querem saber o que são as radiocomunicações em geral, e os 27 MHz em particular.
Está provado que a Banda do Cidadão continua a ser uma realidade no âmbito do radioamadorismo nacional.
Foi o que ficou provado, mais uma vez, no passado dia 6 de Agosto do corrente ano de 2000, na Cidade de Setúbal, na comemoração do 5º aniversário do Clube CB "Os Desgraçadinhos de Portugal".
É que, para se juntarem trezentas pessoas, "arrastando" muitas dezenas de viaturas numa caravana automóvel com dois quilómetros de extensão, com batedores motorizados da PSP e GNR a cortar o trânsito, para a deixar passar livremente pelas ruas da Cidade e pela estrada nacional nº 10, é necessário haver "qualquer coisa" muito forte, e que nos faz pensar.
Qual a verdadeira razão que leva tanta gente a juntar-se, engalanando os seus veículos com bandeiras nacionais, bandeiras e autocolantes de Clubes e Associações cebeístas?
Porque é que a maioria dos presentes se vestem de t-shirt's com o nome da sua Estação CB e com temas alusivos à Banda do Cidadão?
Porque é muitos cebeístas se deslocam do Norte, do Centro e do Sul do país, só para passarem umas horas de convívio? O que é que faz "correr" esta gente? O que é que os une?
Será somente pelo facto de serem associados dum Clube que tanta gente se junte, e ande centenas de quilómetros?
Será somente pelo facto de se comemorar mais um aniversário da fundação do respectivo Clube?
E os muitos que se fazem presentes e não são sócios do Clube?
Pessoalmente, estou convencido que não é só por causa disso...
É a Banda do Cidadão que os junta e os motiva. É a tal CONSCIÊNCIA CEBEÍSTA, que está a ser, finalmente, recuperada.
E é fundamental que tal consciência não se perca, e pelo contrário, seja consolidada e todos os dias. Para isso é necessário muita força e muita luta. E vamos lutar.
Essa consciência não vai morrer novamente, como aconteceu a partir de 1985, porque agora, nós, cebeístas, já possuímos uma organização que nos representa e defende, ao contrário do que acontecia nos anos passados.
Agora, temos a Liga para a Defesa da Banda do Cidadão.
E é aí, que vai residir a nossa força. Na união, na concórdia, no serrar fileiras contra os "messias da terra queimada".
Nunca esqueceremos donde surgem as grandes ameaças à verdadeira Banda do Cidadão.
Estaremos em alerta constante e teremos mil cuidados com as manobras anti-cebeístas vindas donde vierem e especialmente da terra dos "buscadores de alternativas".
Os tais que andam, não sabemos bem há quanto tempo, em busca de alternativas para a tentativa de resolução dos problemas da Banda do Cidadão, e ainda não conseguiram encontrar nada.
Também seria um pouco estranho, alguém que não está dentro, nem conhece a realidade actual da Banda do Cidadão, andar à procura de alternativas para a mesma.
Não sabem quem são? É simples para quem anda atento às movimentações no seio do associativismo cebeísta e gosta de operar numa faixa de frequência que não está atribuída a qualquer forma de radioamadorismo, mas sim à Solac.
São sempre os mesmos...
São os mesmos que atacaram, injuriaram, ofenderam, denegriram, etc., etc., o projecto da Liga para a Defesa da Banda do Cidadão, quando este se encontrava em embrião.
Mas sem resultados, obviamente.
São os mesmos que, na ausência da determinação e convicção em transmitir uma ideia a terceiros, acusaram-nos de termos uma «...linguagem agressiva...».
São os mesmos que, não tendo poder para passar uma mensagem forte, esclarecedora e objectiva aos seus interlocutores, limitando-se a falinhas mansas e estéreis que só servem para contentar os tolos, insurgiram-se contra nós (Liga CB) por termos a capacidade de prender a atenção das pessoas que nos escutam e apresentarmos factos objectivos, apontando soluções viáveis, afirmando que temos uma «...intervenção militante e inconveniente...».
São os mesmos que nos acusaram, e continuam a acusar, de termos criado uma imagem que «...ajuda pouco a mudar aquela linguagem institucional sobre os utilizadores do CB, tidos com carroceiros.»
O que é estranho é que, apesar de ser «...pouco...», ainda vai ajudando. Coisa que esses senhores (?) não conseguem. Nem «...pouco...», nem muito. Ou seja, NADA...
A Liga CB foi criada, está a crescer e está a ser utilizada pelos seus associados. Tornou-se um parceiro dialogante e reconhecido pelo poder, criou maquinismos jurídicos para apoio e ajuda aos cebeístas que deles necessitem. Está actuante.
E os outros?
E os tais "doutores" de falinhas mansas e punhos de renda, que gostam tanto de tomar o chá das cinco com a "tia"?
Será que ainda andam em busca da alternativa perdida?
Ou estarão mais preocupados na manufactura dos seus tão culturais e artísticos Diplomas, que até poderão ter lugar no museu do Louvre? Sim, porque «Diplomas de supermercado» é obra do povo e para o povo.
A esses divisionistas e pára-quedistas do CB, estaremos sempre atentos às suas movimentações.
Como estaremos sempre atentos às rasteiras que o poder instituído nesta república das bananas à qual pertencemos, nos possa querer passar.
Também não nos vamos descuidar com os rádio-bacocos, mais conhecidos por "velhos do restelo", sempre a espreitar a desgraça alheia e a denegrir tudo o que esteja relacionado com o CB.
Nem vamos esquecer aos meninos rádio-palerminhas esquecidos que foi por aqui que começaram a "fazer rádio", agora com tiques de novos ricos porque têm um indicativo diferente do que tinham (se alguma vez o tiveram...) e que gostam muito,(desculpem a expressão) de cuspir para o ar.
Nem com os aos rádio-narcisistas que só se preocupam em impingir aos mais distraídos os seus "fabulosos" corriculuns-vitaes, (na maior parte das vezes a cheirar a fancaria), esquecendo que o CB é radio, e que a simplicidade e o humanismo são qualidades e não defeitos.
A todos eles, e a todos os outros, nós cebeístas, radioamadores dos 27 MHz, afirmamos que, finalmente estamos a construir a força que nunca nos hão de tirar.
A rádio para nós, é um veículo de paz, concórdia e amizade. A prova é que quando nos reunimos em convívios, somos sempre muitos e vindos de todos os lados.
Querem ter a certeza disso?
Apareçam nos nossos encontros e constatem por vocês mesmo.
Aprendam a conviver, a gostar e a tolerar.
A viva é curta...
Luís Forra
Estação CB "Dakota Bravo"
Agosto 2000
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