ESTAMOS VIMOS E A TRABALHAR

Com a publicação no Diário da República do Decreto-lei nº 47/2000, que altera a regulamentação da Banda do Cidadão em Portugal, revogando assim o Decreto-Lei nº 153/89 de 10 de Maio, e apesar de faltar o “aviso” a publicar na III Série, virou-se mais uma página no percurso da existência do CB no nosso país. Já lá vão 22 anos.

Não podendo fugir à vontade dos parceiros da «união», o governo da Nação teve que aderir à norma europeia, equiparando as regalias e deveres dos cebeístas portugueses aos dos seus congéneres europeus. Parece que agora, a nível da Banda do Cidadão, já estamos na «Europa». Será ?
Apesar das «bruxas» e dos «velhos do Restelo» terem vaticinado que nada disto viria a acontecer, o certo é que aconteceu.
Dá-nos uma certa vontade de rir que muito do «veneno» injectado na opinião publica cebeísta, com a intenção de denegrir o trabalho executado por todos os que tiveram influência nesta vitória da verdadeira Banda do Cidadão, tenha a sua origem na terra das «tripas», e vindo de certas «personalidades» que têm muitas culpas no cartório, pelo descalabro federativo cebeísta português. A memória de alguns é muito curta.
Por lá, certos «catedráticos» da rádio (não da rádio CB), que andam, há não sei quanto tempo, procurando «alternativas» para resolver os problemas uma certa Banda do Cidadão, ficaram muito aflitos e «enxofrados» quando em meados de Dezembro do ano passado foi noticiado pelo representante português da ECBF, e segundo informação do ICP, que a publicação no Diário da Republica do actual Decreto-Lei estava atrasado, deixando assim caducar em 31 de Dezembro de 1999 os licenciamentos efectuados antes de 31 de Dezembro de 1992.
A aflição e as lamúrias das ditas «personalidades» foram mais que muitas.
Se a calma, a ponderação, a perspicácia e o sentido de lógica estivessem presentes quando se produzem certas afirmações, evitar-se-iam «figuras tristes» vindas de certos arautos do «constituicionalmente certo».
Ainda mais quando essas «figuras tristes», não estão nada de acordo com os cânones e pergaminhos defendidos pelos mesmos. 
Entretanto, demonstrando uma flexibilidade e compreensão a que não estamos habituados, o ICP emite uma ordem que suspende as fiscalizações a todas as estações de CB, cujos licenciamentos terminavam em 31 de Dezembro de 1999, até o Decreto-Lei ser publicado no Diário da República.
Mais. Envia essa nota para todos os comandos gerais das autoridades policiais, para que se evite as apreensões dos equipamentos instalados nas viaturas. Ainda mais espantoso, é o facto de o ICP informar o seguinte: se houvesse lugar a um auto de notícia, com a respectiva apreensão e coima, o equipamento apreendido seria restituído ao seu legítimo proprietário e não haveria lugar à cobrança da coima.
Agora, os tais «iluminados» já não têm necessidade de andarem na viatura com a comunicação do representante da ECBF, para poderem mostrar aos agentes policiais que a publicação da Lei está atrasada. Nem tão pouco, têm que se preocupar em enviar as coimas aplicadas, para o mesmo as pagar. Porque que é que não andam com o Diário da República colado no vidro do carro?
O que é ridículo e caricato neste caso, é que tais «personalidades» nem utilizam as frequências atribuídas pela Lei á Banda do Cidadão para as suas actividades radiofónicas. Não percebemos o porquê de tanta «lágrima de crocodilo», carpindo mágoas alheias? Se não utilizam a Banda do Cidadão, porquê tanta preocupação com a publicação, ou não publicação de uma Lei que em nada lhes vai alterar os hábitos, nem as preferências em relação às frequências que operam?
Para quê preocuparem-se tanto com a Lei, se não a praticam?
De que forma e com que meios, é que esses utilizadores da rádio poderiam ter contribuído, por muito pouco que fosse, para a divulgação e consciencialização dos cebeístas nacionais, se não operam a Banda do Cidadão?
Onde é que eles estiveram, ou se fizeram sentir nos momentos de vazio, quando a Comissão Instaladora da Federação Portuguesa da Banda do Cidadão desapareceu, sem dizer nada a ninguém?
Alguém os ouviu a justificar fosse o que fosse?
Alguém os ouviu a apontar o dedo e a chamar as coisas pelo seu nome?
Alguém os ouviu a indignarem-se e a pedirem responsabilidades a quem de direito?
Alguém os ouviu a solicitar ao maior número possível de cebeístas que não desistissem de «fazer rádio», apesar se sentirem defraudados pelas atitudes condenáveis dos dirigentes associativos em quem confiaram?
Alguém os ouviu a apelar para a consciência cebeísta, tentando que a desmobilização das vontades dos que gostam do CB não se concretizasse, impedindo a desertificação da Banda?
Alguém os ouviu TODOS OS MESES desde o norte, centro e sul de Portugal Continental e Açores, realizando Expedições Rádio CB, prendendo assim a atenção dos que já não acreditavam em nada?
Alguém os ouviu a promover, organizar e concretizar um projecto sério, válido e crível que fosse ao encontro dos anseios dos verdadeiros cebeístas portugueses?
Alguém os ouviu a defenderem-se de todos os tipos de ataques baixos e traiçoeiros, vindos dos que roídos pela inveja e frustrações, tentaram boicotar o movimento cebeístas nacional, que entretanto ia ganhando corpo?
Alguém os ouviu a apelarem para a união e consenso entre TODOS os cebeístas, independentemente de categorias sociais, culturais, cientificas, profissionais, monetárias, etc., com o objectivo de, pôr uma pedra em cima dos erros associativos cometidos e esquecer um passado, que nada dignifica quem teve responsabilidades no fracassado processo da Federação que nunca chegou a existir?
Alguém os ouviu a apresentar uma alternativa válida e coerente, ao muito, ou ao pouco que existia do campo associativo e a liderar um processo de reunificação do maior número de Associações da Banda do Cidadão em Portugal?
Alguém os ouviu nos canais compreendidos entre os 26.965 e os 27.405 MHz a dizer o que atrás foi referido, ou outra coisa qualquer?
Se, não, então porquê?

Será porque não utilizam a faixa de frequência atribuída à Banda do Cidadão?
Será porque não querem utilizar uma «linguagem agressiva, de intervenção militante e inconveniente» como alguém nos «acusa» e nós o assumimos com muito prazer e satisfação? «Inconveniente» para quem não tem amor à causa e não gosta de ouvir as verdades! «Inconveniente», mas em 8 meses merecemos a confiança e o apoio de 500 (Quinhentos) Sócios, entre eles as principais Associações Cebeístas nacionais.
Se a dita linguagem «ajuda pouco a mudar aquela imagem institucional sobre os utilizadores da CB, tidos como «carroceiros», como mais uma vez nos apontam, também não são com atitudes divisionistas, selectivas e elitistas, sempre condenáveis e vindo de sectores que deviam era estar calados e quietos, que a «imagem institucional sobre os utilizadores da CB» vai mudar para melhor. 
Quando se tem telhados de vidro...não atira pedras para o ar.
Quem não tem autoridade moral, não pode ser exemplo para ninguém.
Presunção e água-benta, cada um toma a que quer.

A hora é de satisfação, de união e de consenso. Lamentamos que ainda haja alguém que se aproveite de pequenos «acidentes» de percurso, para «intoxicar» mentalidades e manipular situações, com o objectivo de confundir os menos esclarecidos, para que a verdade deles, seja mais verdadeira que a propriamente dita.
Mais uma vez queremos lembrar a todos que, estaremos atentos a todo o tipo de manobras que visem qualquer tentativa de ataque ou destruição da Banda do Cidadão.
Estaremos sempre prontos e disponíveis para defender o que é justo, verdadeiro e coerente.
Connosco o CB nunca acabará. A defesa e dignificação da Banda do Cidadão é, e será sempre o nosso principal objectivo, contra tudo e contra todos. Doa a quem doer.
A Direcção da Liga para a Defesa da Banda do Cidadão, já solicitou ao Instituto das Comunicações de Portugal, uma reunião onde serão apresentados os seguintes assuntos:
- Apresentação formal da nossa Associação.
- Sermos devidamente esclarecidos de todas as dúvidas que neste momento ainda subsistem, com a publicação no Diário da República do Decreto-Lei nº 47/2000.
- Saber quando é que será publicado a III Série do DR o «aviso» do ICP, que definirá as potências de emissão, frequências a operar, equipamentos homologados, etc..
Iremos informando dos acontecimentos, à medidas que os mesmos se vão desenrolando.

Estamos vivos. Estamos a trabalhar
Viva a verdadeira Banda do Cidadão.

Luís Forra
Estação CB "Dakota Bravo"
Maio de 2000

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