A BANDA DO CIDADÃO NO SÉCULO XXI

CONDUTA BÁSICA

O futuro aficcionado, ou futuro utilizador da Banda do Cidadão, depois de comprar o seu emissor-receptor, de se ter legalizado como utilizador, depois de ter montado a sua estação CB, e estar em condições de “ir para o ar”, o que é vai dizer quando carregar na patilha do microfone? Vai falar com quem? De que modo é que vai fazê-lo? O que é que vai acontecer?
E aqui começa um mundo de muitas considerações e é neste ponto que aparece “a mãe de todas as frustrações” a quem tem de explicar muita coisa sobre o CB, aos que agora começam a dar os primeiros passos neste passatempo de tempo caducado...
É aqui que as emoções se misturam com as desilusões, com os desenganos e com a mentira mascarada de frases feitas, conceitos ultrapassados e melancólicas teorias sobre os tais 27 mil amigos, que afinal nunca existiram, sendo mais uma imagem criada pela vontade de fazer com que a Banda do Cidadão fosse, o que os homens sonhadores e de boa vontade do principio de tudo, queriam que ela fosse.

Mas não é. Sobre o que é e como deveria ser o CB, estamos todos nós cheios de histórias da história de procedimentos operacionais e técnicos, de códigos de transmissão, de linguagens especificas e terminologias cebeístas, etc,. etc., etc., enfim, de um mundo de informação que nunca se pensou que poderia estar, tão fácil e abundantemente, ao alcance de quem se queira documentar sobre a Banda do Cidadão.

Obviamente que é na Internet, a grande auto-estrada da informação global(desculpem o chavão), que toda essa informação está disponível. Ainda bem que assim é, pois só prova que ainda há vontades de não deixar morrer a memória de uma actividade lúdica, cultural e técnica que poderia ter continuado a ser o meio de comunicação recreativo e humanitário que foi nos primeiros anos da sua legalização em Portugal. Hoje o que se lê na Internet sobre a Banda do Cidadão, não passa de um exercício de boas intenções e de uma sonhadora vontade dos que gostariam de assistir a um milagre de ressuscitação de uma época sem retorno, mas não esquecida.

A intenção é óptima, mas não passa mesmo disso... e eu próprio me incluo no número dos saudosistas que hão-de continuar a defender a Banda do Cidadão, mas no meu caso concreto, com uma particularidade: defendo a Banda do Cidadão como ela foi e não como ela é actualmente, ou melhor, como a transformaram.
Quando a vida profissional e familiar me dão o pouco tempo que necessito para fazer o que gosto, continuo a operar como sempre operei, respeitando o meu correspondente e falando forte, claro, nítido e verdadeiro.
Então o que dizer a quem entra pela primeira vez neste mundo?

A rádio é uma actividade que requer um pouco (talvez muito) de disciplina mental e autodomínio, para que o subconsciente não domine o consciente. Ou seja, o mais complicado na rádiocomunicação (para não dizer o mais perigoso ou mais pernicioso), é facto de não sermos nós próprios como pessoas verdadeira e localmente identificadas perante o nosso correspondente e dando a conhecer as nossas virtudes, insuficiências e o nosso modo de vida, que estamos a falar ao microfone.
Na realidade quem está ao microfone e “escondido por trás do rádio” (por inerência da actividade) é a nossa voz, que deveria ser o espelho fiel do que somos como pessoas. E isso é humanamente impossível.
Então, há necessidade de lutarmos connosco próprio para que a mentira e as situações ilusórias não sejam a pedra de toque entre um relacionamento que pode ser iniciado com um contacto feito através da rádio.

Tem que se atingir um equilíbrio estável e um compromisso sério e responsável entre a pessoa que realmente somos e aquela que gostaríamos de ser, mas não somos.
Assim sendo, aí estão na nossa óptica, as regras básicas de um cebeísta:

1. Na rádio não há pessoas, mas sim vozes que podem não corresponder à pessoa que está a ser descrita.
2. Sejas como fores, nunca te sirvas da “máscara” que a rádio te “oferece” para prejudicares a vida aos teus companheiros de rádio e seus familiares.
3. Respeita sempre o teu correspondente, mesmo que ele não te esteja a respeitar. Em último caso, ignora-o.
4. Escuta com atenção e respeita o mais velhos e experientes, porque saber ouvir e pedir ajuda quando não se sabe, é uma virtude e um acto nobre.
5. NUNCA respondas a um insulto.
6. Se estiveres à beira de um ataque nervos e prestes a entrar no jogo do insulto, desliga o rádio e acalma-te. A cobardia ou a coragem só é válida para os homens que se enfrentam cara-a-cara e não para vozes que não sabemos de quem são.
7. Faz da rádio um instrumento de prazer, ajuda ao próximo e amizade e nunca uma forma velada de arma de arremesso com o objectivo de atingir ou prejudicar alguém.
8. Nunca confundas amizade com conhecimento, porque a palavra amigo é um termo cebeísta e não uma norma praticada.
9. Nunca ignores ou desprezes os mais novos e inexperientes. Tem paciência com eles e ensina-lhes a serem melhores de tu.
10. Não há regra sem excepção.

Basicamente são estas as normas de conduta que devem ser praticadas não só na Banda do Cidadão, como no nosso quotidiano. Logicamente que existem outras regras a seguir, mas essas fazem parte da vida de todos nós e lidamos constantemente com elas.

 

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